Bom, em primeiro lugar, peço desculpas pela demora em terminar de contar todas as peripécias da minha viagem à Cracóvia. Lá vai...
Quando voltamos de Auschwitz, na sexta-feira, já eram quase 15 horas. Tínhamos que estar nas minas de sal de Wieliczka antes das 17 horas, pois a última visita guiada em inglês aconteceria nesse horário. De acordo com a recepcionista do nosso hostel, deveríamos pegar o ônibus 304 na quadra de trás do hostel, e ir até o fim da linha. Chegando lá, veríamos as minas na nossa frente. Pura ilusão. Wieliczka é uma cidade que fica no subúrbio de Cracóvia, a uns 40 minutos do centro da cidade. Descemos na última parada e, para nossa surpresa, não tinha nenhuma mina lá. Era um subúrbio mesmo, cheio de mercadinhos, mas nada de minas. Ainda bem que o lugar era bem organizando em termos de placas sinalizadoras, vimos uma placa indicando a direção das minas e a distância delas... 1,5 km de onde estávamos! Sendo que já eram 16h40... Enfim, corremos para chegar lá e, por fim, conseguimos entrar nas minas a tempo...
Sobre o passeio pelas minas em si, a única coisa que pode descrevê-lo é: sensacional. Um dos passeios mais diferentes que já fiz. Nada como passeios por museus, igrejas e tudo o mais. Totalmente diferente e simplesmente fantástico. As minas de sal de Wieliczka existem há mais de 700 anos. Hoje em dia a extração de sal não ocorre mais, porque praticamente todo o sal dali já foi extraído. Mas, mesmo assim, ao andar pelos corredor do lugar, ainda dá para ver o sal literalmente brotando das paredes. A visita começa com uma descida de muitos degraus (no dia em que desci eu lembrava quantos eram, mas agora esqueci...) até chegarmos a 110 metros abaixo do solo. A descida te deixa meio zonzo depois de um tempo e, chegando lá embaixo, a guia avisou de cara que, se alguém achasse que poderia se sentir mal ali, que subisse para a superfície antes de começar a visita. Ninguém subiu. As minas são muito bem arejadas (não sei bem qual é o esquema utilizado por eles para fazer com que o ar corra lá embaixo, mas é muito bem organizado, porque dá para respirar muito bem lá), então não tem como passar mal.
O passeio dura mais ou menos duas horas. Tu passas por várias capelas (religiosidade polonesa sempre demonstrada), onde há santos esculpidos em pedra e em sal. Algumas esculturas foram feitas por escultores profissionais, outras por trabalhadores das minas mesmo. Há esculturas de anões também, muito bonitinhas. Me lembrei das minas de Moria do Senhor dos Anéis (ainda com acento?). Também há lagos lá embaixo, com porcentagem salinas altíssimas, se aproximando do Mar Morto, segundo o que nossa guia nos disse (20% de sal, se não me engano!).
O mais impressionantes das minas é um igreja principal que, se não me engano, fica também a uns 110 metros de profundidade. É simplesmente magnífica. Um altar todo bonitão, lustres feitos de pedras de sal, cenas bíblicas esculpidas na pedra, estátuas de pedra de santos e, é claro, do papa João Paulo II. Além disso, a igreja é decorada com um super lustre todo feito de pedras de sal. Todos os domingos há missas ali. E, segundo a guia, há casamentos com frequência nessa igreja. Além disso, há uma restaurante e um centro de conferências (onde, acredito, há também recitais de música eventualmente). Enfim, o passeio pelas minas é absolutamente sensacional. Pagamos 49 zlotys pela entrada, mas acho que eles poderiam cobrar bem mais, porque o passeio vale o preço do ingresso.
Nossa volta para casa após o passeio foi um tanto complicada... Na verdade, foi o momento mais complicado que tivemos na Polônia. A guia das minas nos disse que o ideal seria pegarmos um mini-ônibus na esquina do lugar onde ficam as minas. Fomos até lá, um frio de rachar, e a cada minuto passavam mini-ônibus, mas absolutamente NENHUM deles aceitava nos pegar. Todos diziam que não iam para o centro de Cracóvia e que era para esperamos "o próximo". Ficamos um tempão esperando. Daí falamos com uns policiais que nos disseram para pegar o ônibus numa outra parada, perto de onde estávamos, mas no sentido oposto da rua. Fomos até o lugar e não havia simplesmente nenhum ônibus passando. No final das contas, desistimos, subimos uma lomba até a rua principalzinha da cidade de Wieliczka (me pareceu ser a principal, pelo menos!) e pegamos um ônibus regular até a cidade... Chegando lá, apertamos para descer numa parada perto do nosso hostel, mas o ônibus só parou na parada seguinte, muuuuito longe de onde queríamos descer. Tivemos de pegar um tram para voltar. Foi um saco, mas chegamos sãs e salvas. No hostel, quando voltamos, estava tendo uma festinha com comidinhas típicas polonesas. Muito bom.
Por fim, na manhã de sábado acordamos cedo para ir conhecer o complexo Wawel, a "jóia da Polônia", segundo meu modesto guia de viagens. É um complexo onde há castelo, igreja e um monte de pessoas importantes enterradas, como poetas importantes, antigos reis e tudo o mais. Tudo isso na beira do rio Vistula, com uma vista espetacular da cidade. Btw, o Vistula também passa por Varsóvia. Na beira do castelo (e na beira do rio também), há uma estátua de um dragão, o suposto dragão de Cracóvia, que, não sei bem em que circunstância, acabou explodindo depois de ter caído no Vistula. Lendas polonesas. Enfim, o complexo Wawel é um dos lugares de maior orgulho para os poloneses, e com muita razão, o lugar é absolutamente lindo. Fiquei triste por não ter tido a oportunidade de passear bastante por lá. Nosso tempo era curto demais, então não pudemos fazer uma visita guiada.
Algumas fotos das partes internas do Wawel:
Para voltar para casa, fomos ao aeroporto de Katowice, cidade que fica a mais ou menos 1h30 de distância de Cracóvia.
Conclusões sobre a Polônia: é uma país simplesmente fantástico, com muita história e muita coisa interessante para ver. E o melhor de tudo: por preços muito acessíveis, já que a Polônia não utiliza o euro ainda. O que mais me impressionou foi ver o quanto o país tem potencial para crescer. Varsóvia, por exemplo, era um canteiro de obras gigantesco. É uma demonstração de que o leste europeu está, aos poucos, realmente adentrando o esquema capitalista ocidental e, com isso, crescendo economicamente a cada dia mais. Minha dica é: visitem a Polônia. O país é fascinante e uma viagem até lá te acrescenta muito conhecimento. Foi isso que eu senti, pelo menos.
Abraços a todos!
Quando voltamos de Auschwitz, na sexta-feira, já eram quase 15 horas. Tínhamos que estar nas minas de sal de Wieliczka antes das 17 horas, pois a última visita guiada em inglês aconteceria nesse horário. De acordo com a recepcionista do nosso hostel, deveríamos pegar o ônibus 304 na quadra de trás do hostel, e ir até o fim da linha. Chegando lá, veríamos as minas na nossa frente. Pura ilusão. Wieliczka é uma cidade que fica no subúrbio de Cracóvia, a uns 40 minutos do centro da cidade. Descemos na última parada e, para nossa surpresa, não tinha nenhuma mina lá. Era um subúrbio mesmo, cheio de mercadinhos, mas nada de minas. Ainda bem que o lugar era bem organizando em termos de placas sinalizadoras, vimos uma placa indicando a direção das minas e a distância delas... 1,5 km de onde estávamos! Sendo que já eram 16h40... Enfim, corremos para chegar lá e, por fim, conseguimos entrar nas minas a tempo...
Sobre o passeio pelas minas em si, a única coisa que pode descrevê-lo é: sensacional. Um dos passeios mais diferentes que já fiz. Nada como passeios por museus, igrejas e tudo o mais. Totalmente diferente e simplesmente fantástico. As minas de sal de Wieliczka existem há mais de 700 anos. Hoje em dia a extração de sal não ocorre mais, porque praticamente todo o sal dali já foi extraído. Mas, mesmo assim, ao andar pelos corredor do lugar, ainda dá para ver o sal literalmente brotando das paredes. A visita começa com uma descida de muitos degraus (no dia em que desci eu lembrava quantos eram, mas agora esqueci...) até chegarmos a 110 metros abaixo do solo. A descida te deixa meio zonzo depois de um tempo e, chegando lá embaixo, a guia avisou de cara que, se alguém achasse que poderia se sentir mal ali, que subisse para a superfície antes de começar a visita. Ninguém subiu. As minas são muito bem arejadas (não sei bem qual é o esquema utilizado por eles para fazer com que o ar corra lá embaixo, mas é muito bem organizado, porque dá para respirar muito bem lá), então não tem como passar mal.
O passeio dura mais ou menos duas horas. Tu passas por várias capelas (religiosidade polonesa sempre demonstrada), onde há santos esculpidos em pedra e em sal. Algumas esculturas foram feitas por escultores profissionais, outras por trabalhadores das minas mesmo. Há esculturas de anões também, muito bonitinhas. Me lembrei das minas de Moria do Senhor dos Anéis (ainda com acento?). Também há lagos lá embaixo, com porcentagem salinas altíssimas, se aproximando do Mar Morto, segundo o que nossa guia nos disse (20% de sal, se não me engano!).
O mais impressionantes das minas é um igreja principal que, se não me engano, fica também a uns 110 metros de profundidade. É simplesmente magnífica. Um altar todo bonitão, lustres feitos de pedras de sal, cenas bíblicas esculpidas na pedra, estátuas de pedra de santos e, é claro, do papa João Paulo II. Além disso, a igreja é decorada com um super lustre todo feito de pedras de sal. Todos os domingos há missas ali. E, segundo a guia, há casamentos com frequência nessa igreja. Além disso, há uma restaurante e um centro de conferências (onde, acredito, há também recitais de música eventualmente). Enfim, o passeio pelas minas é absolutamente sensacional. Pagamos 49 zlotys pela entrada, mas acho que eles poderiam cobrar bem mais, porque o passeio vale o preço do ingresso.
Nossa volta para casa após o passeio foi um tanto complicada... Na verdade, foi o momento mais complicado que tivemos na Polônia. A guia das minas nos disse que o ideal seria pegarmos um mini-ônibus na esquina do lugar onde ficam as minas. Fomos até lá, um frio de rachar, e a cada minuto passavam mini-ônibus, mas absolutamente NENHUM deles aceitava nos pegar. Todos diziam que não iam para o centro de Cracóvia e que era para esperamos "o próximo". Ficamos um tempão esperando. Daí falamos com uns policiais que nos disseram para pegar o ônibus numa outra parada, perto de onde estávamos, mas no sentido oposto da rua. Fomos até o lugar e não havia simplesmente nenhum ônibus passando. No final das contas, desistimos, subimos uma lomba até a rua principalzinha da cidade de Wieliczka (me pareceu ser a principal, pelo menos!) e pegamos um ônibus regular até a cidade... Chegando lá, apertamos para descer numa parada perto do nosso hostel, mas o ônibus só parou na parada seguinte, muuuuito longe de onde queríamos descer. Tivemos de pegar um tram para voltar. Foi um saco, mas chegamos sãs e salvas. No hostel, quando voltamos, estava tendo uma festinha com comidinhas típicas polonesas. Muito bom.
Por fim, na manhã de sábado acordamos cedo para ir conhecer o complexo Wawel, a "jóia da Polônia", segundo meu modesto guia de viagens. É um complexo onde há castelo, igreja e um monte de pessoas importantes enterradas, como poetas importantes, antigos reis e tudo o mais. Tudo isso na beira do rio Vistula, com uma vista espetacular da cidade. Btw, o Vistula também passa por Varsóvia. Na beira do castelo (e na beira do rio também), há uma estátua de um dragão, o suposto dragão de Cracóvia, que, não sei bem em que circunstância, acabou explodindo depois de ter caído no Vistula. Lendas polonesas. Enfim, o complexo Wawel é um dos lugares de maior orgulho para os poloneses, e com muita razão, o lugar é absolutamente lindo. Fiquei triste por não ter tido a oportunidade de passear bastante por lá. Nosso tempo era curto demais, então não pudemos fazer uma visita guiada.
Algumas fotos das partes internas do Wawel:
Para voltar para casa, fomos ao aeroporto de Katowice, cidade que fica a mais ou menos 1h30 de distância de Cracóvia.
Conclusões sobre a Polônia: é uma país simplesmente fantástico, com muita história e muita coisa interessante para ver. E o melhor de tudo: por preços muito acessíveis, já que a Polônia não utiliza o euro ainda. O que mais me impressionou foi ver o quanto o país tem potencial para crescer. Varsóvia, por exemplo, era um canteiro de obras gigantesco. É uma demonstração de que o leste europeu está, aos poucos, realmente adentrando o esquema capitalista ocidental e, com isso, crescendo economicamente a cada dia mais. Minha dica é: visitem a Polônia. O país é fascinante e uma viagem até lá te acrescenta muito conhecimento. Foi isso que eu senti, pelo menos.
Abraços a todos!
se não fosse pelos 100 metros e pela velocidade, eu diria que tu estava falando dos elevadores da FCE hehehehe
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