Em primeiro lugar, desculpas enomres pela demora em terminar de escrever sobre minha viagem à Rússia. Às vezes tenho realmente muita preguica de escrever aqui. Mas vamos lá, hoje nao estou preguicosa...
No último post eu falei sobre nossa visita à tumba do Lênin. Bom, depois de termos passado por ali, seguimos para fora da Praca Vermelha, onde iríamos fazer uma visita guiada pelo Kremlin (pela qual pagamos 15 euros, por sinal!). Antes disso, entramos numa pequena igreja ortodoxa que ficava em plena praca, de onde vimos que nao paravam de entrar e sair muitas pessoas. Quando chegamos em Moscou, no sábado de manha, nossa guia de viagens nos avisou de que, naquele domingo, seria Páscoa no país (uma semana depois da nossa Páscoa, portanto) e que teríamos que ser muito sortudos para conseguir entrar em algumas determinadas igrejas da cidade. Mais tarde vimos que ela tinha razao. Mas enfim, entramos na tal igrejinha e a celebracao de Páscoa que estava acontecendo lá dentro era muito bonita. Muitas pessoas de pé ao redor do altar (numa aglomeracao gigantesca porque a igreja era minúscula), um monte de incenso no ar e todos cantando uma música interminável. Muito interessante. Ficamos ali uns cinco minutos e seguimos para nosso passeio no Kremlin.
Neste momento o frio era muuuuito intenso. Enquanto nos encaminhávamos para o Kremlin, comecou a nevar, e a neve continuou durante todo o nosso passeio, que durou duas horas e que foi, em sua maior parte, um passeio ao ar livre. Falando um pouco sobre o Kremlin em si, uma coisa que me chamou a atencao sobre ele é o fato de ele ter sido inicialmente construído sobre uma ilha. De acordo com nossa guia de viagens, a água foi encanada e, acima dela, foi feito um aterro, de forma que a única água que a gente vê por perto do Kremlin hoje em dia é a do Moskva River.
O Kremlin é a sede do governo russo, onde trabalha o presidente e todo o poder russo fica, de certa forma, concentrado. Os primeiros czares russos, como Ivan III (ou Ivan, o Grande, um dos grande heróis da história russa por uma série de motivos, como o fato de ter quase que triplicado a extensao do território do país durante o final do século 15) e Ivan IV (também conhecido como Ivan, o Terrível - o oficila primeiro czar da Rússia) viveram no Kremlin, até que, no século 18, (se nao me engano), Pedro, o Grande passou a capital do país para Sao Petersburgo, onde os czares passaram a residir até a Revolucao de 1917. Os bolcheviques fizeram com que a capital russa voltasse a ser Moscou em 1918, e daí passaram a governar de dentro do Kremlin, como os antigos czares faziam. Há um série de igrejas dentro do Kremlin, que sao simplesmente as igrejas ortodoxas mais lindas que já vi. Nao se pode fotografar dentro delas, porque a maior parte delas é toda pintada, e daí os flashs das fotos podem danificar a pintura. Nessas igrejas, os antigos czares eram batizados, coroados, casavam-se, eram enterrados, entre outras coisas que nao consigo lembrar agora. Em uma das igrejas há o túmulo dos dois Ivan, do III e do IV (e a nossa guia de viagens fez questao de destacar o fato de que o Ivan IV se correspondia com a rainha-virgem Elizabeth I da Inglaterra). Mesmo quando a capital russa estava localizada em Sao Petersburgo, as cerimônias de coroacao dos czares continuaram acontecendo nas igrejas do Kremlin.
As pinturas das paredes dessas igrejas sao simplesmente sensacionais. Imagens da vida de Cristo sao constantemente retradadas, e também há muitas pinturas sobre a volta de Cristo, santos russos e blá blá blá. Muito interessante.
Durante o passeio do Kremlin fiquei de novo com raiva do Stalin. A arquitetura do lugar é toda bonitona e toda meio que seguindo um estilo parecido. Daí, no meio de tudo aquilo, tu vês um prédio em estilo soviético, daqueles no formato paralelepípedo, cinza e feioso. Já deu para sacar, né? Mais uma maravilha arquitetônica colocada por Stalin no meio de Moscou. É um prédio onde, hoje em dia, há espetáculos artísticos, pecas de teatro, música e tudo o mais. Nao sei bem para que o prédio servia na época do comunismo, mas realmente detestei, achei que nao tinha absolutamente nada a ver com o Kremlin em si. Falando em comunismo, uma coisa que me chamou a atencao foi o fato de todas as torres que cercam o Kremlin terem, em seu topo, uma estrela vermelha. Sao as chamadas estrelas do Kremlin. De acordo com a Wikipedia, elas foram colocadas durante o regime comunistas em substituicao a antigas águias que ficavam ali, representando a Rússia Imperial. Apesar de ser mais um resquício comunista na paisagem moscovita, eu achei sensacional essa história das estrelas, porque é meio que uma representacao de tudo o que a Revolucao Russa representou, com a queda da monarquia e a ascensao do povo e tudo o mais...
Enfim, uma última coisa sobre o Kremlin que me chamou a atencao foi a presenca de um sino gigantesco na frente de uma das igrejas do lugar. De acordo com nossa guia, o sino tinha sido o maior do mundo sei lá em qual época, e quando alguém (sei lá quem) tentou colocá-lo na torre de uma igreja (ou algo assim), o treco caiu. Hoje em dia ele está no chao, com uma mega fenda em um dos lados. Mas é um sino muito bonito, todo trabalhado e tudo o mais.
Mas entao, terminamos nosso passeio pelo Kremlin depois de duas congelantes horas. Daí estávamos livres para fazer o que quiséssemos. Estávamos morrendo de fome, entao decidimos parar para almocar. E onde fomos? McDonalds, é claro. O McDonalds parece ser muito popular entre os russos. De acordo com o que li (e nao sei se já escrevi aqui isso), o primeiro McDonalds russo foi aberto em 1990 e, no início, as filas chegavam a 5 km de extensao. Uma loucura, portanto.
Depois do almoco decidimos ir dar uma passeada... Fomos para a parte da trás da Praca Vermelha, onde há uma pequena feira de artesanato (nada comparada àquela em que fomos em Sao Petersburgo) e onde fica também o teatro Bolshoi, símbolo da Rússia (está até na nota de 50 rublos, se nao me engano). Infelizmente, o teatro estava em reformas, daí nao pudemos nem entrar nem assistir nenhum espetáculo. Continuamos caminhando pelas redondezas, onde vimos hotéis que pareciam caríssimos, lojas também caríssimas e, depois de um tempo, decidimos voltar, para ir até o outro lado da Praca Vermelha, onde ficava a Catedral de Cristo, o Salvador. Essa igreja é a igreja ortodoxa mais alta do mundo e sua história foi algo que me deixou muito impressionada. A igreja foi construída depois de Napoleao ter sido mandado embora de Moscou por decreto do czar Alexandre I, para honrar todo o povo russo que teve sua vida sacrificada para a defesa do país. Durante a época stalinista, a igreja foi simplesmente demolida. Sim, demolida! É possível acreditar nisso? E tudo por que? Porque o Stalin queria construir um monumento ao socialismo no exato lugar a igreja. É por isso que às vezes o comunismo russo me dá uma certa raiva. Espero nao estar sendo engolida pelo pensamento europeu capitalista, mas essas história me deixaram muito impressionada com a capacidade de destruicao cultural da época stalinista.
Enfim, nao pudemos entrar na catedral, e eu até agora nao entendi bem o motivo. Chegando lá, tinha um monte de gente, provavelmente em funcao da Páscoa. Muitos policiais também. Perguntamos para eles se podíamos entrar e eles foram bastante enfáticos em seu "nao". Entao simplesmente desistimos. Fomos voltando a pé, atravessando as ruas por baixo (porque é simplesmente impossível atravesá-las por cima: o tráfego é muito intenso, os motoristas nao param para ti e, na maior parte dos lugares, tu nao vês quase nenhuma faixa de seguranca), vendo estátuas legais (como a do Dostoiévski) e aproveitando um solzinho que comecou a fazer na parte final do dia.
Tínhamos que estar no ônibus relativamente cedo, entao voltamos tranquilas, atravessamos de novo a Praca Vermelha, entramos numa loja de departamentos (que na verdade é mais um shopping do que qualquer outra coisa, porque lá dentro há uma série de lojas famosas, e todas caríssimas, é claro), demos um tempo, tiramos fotos e, por fim, nos encaminhamos ao ônibus. Saímos de Moscou com o sol já se pondo. A cidade fica muito bonita ao anoitecer. Acho que isso acontece com qualquer cidade, na verdade.
Entao, para finalizar: minha impressao de Moscou é simplesmente a de que foi uma das cidades mais sensacionais que já conheci. Gigantesca, repleta de cultura e história, com muito o que fazer e ver e, acima de tudo, sendo uma legítima metrópole, uma cidade que nao para. Vale muito a pena ir para lá. É uma experiência difernete e se pode aprender muito. Fiquei triste por nao ter podido ter passado mais tempo por lá. Quem sabe um dia eu volto, né?
Logo logo vem o último post sobre a Rússia, prometo!
No último post eu falei sobre nossa visita à tumba do Lênin. Bom, depois de termos passado por ali, seguimos para fora da Praca Vermelha, onde iríamos fazer uma visita guiada pelo Kremlin (pela qual pagamos 15 euros, por sinal!). Antes disso, entramos numa pequena igreja ortodoxa que ficava em plena praca, de onde vimos que nao paravam de entrar e sair muitas pessoas. Quando chegamos em Moscou, no sábado de manha, nossa guia de viagens nos avisou de que, naquele domingo, seria Páscoa no país (uma semana depois da nossa Páscoa, portanto) e que teríamos que ser muito sortudos para conseguir entrar em algumas determinadas igrejas da cidade. Mais tarde vimos que ela tinha razao. Mas enfim, entramos na tal igrejinha e a celebracao de Páscoa que estava acontecendo lá dentro era muito bonita. Muitas pessoas de pé ao redor do altar (numa aglomeracao gigantesca porque a igreja era minúscula), um monte de incenso no ar e todos cantando uma música interminável. Muito interessante. Ficamos ali uns cinco minutos e seguimos para nosso passeio no Kremlin.
Neste momento o frio era muuuuito intenso. Enquanto nos encaminhávamos para o Kremlin, comecou a nevar, e a neve continuou durante todo o nosso passeio, que durou duas horas e que foi, em sua maior parte, um passeio ao ar livre. Falando um pouco sobre o Kremlin em si, uma coisa que me chamou a atencao sobre ele é o fato de ele ter sido inicialmente construído sobre uma ilha. De acordo com nossa guia de viagens, a água foi encanada e, acima dela, foi feito um aterro, de forma que a única água que a gente vê por perto do Kremlin hoje em dia é a do Moskva River.
O Kremlin é a sede do governo russo, onde trabalha o presidente e todo o poder russo fica, de certa forma, concentrado. Os primeiros czares russos, como Ivan III (ou Ivan, o Grande, um dos grande heróis da história russa por uma série de motivos, como o fato de ter quase que triplicado a extensao do território do país durante o final do século 15) e Ivan IV (também conhecido como Ivan, o Terrível - o oficila primeiro czar da Rússia) viveram no Kremlin, até que, no século 18, (se nao me engano), Pedro, o Grande passou a capital do país para Sao Petersburgo, onde os czares passaram a residir até a Revolucao de 1917. Os bolcheviques fizeram com que a capital russa voltasse a ser Moscou em 1918, e daí passaram a governar de dentro do Kremlin, como os antigos czares faziam. Há um série de igrejas dentro do Kremlin, que sao simplesmente as igrejas ortodoxas mais lindas que já vi. Nao se pode fotografar dentro delas, porque a maior parte delas é toda pintada, e daí os flashs das fotos podem danificar a pintura. Nessas igrejas, os antigos czares eram batizados, coroados, casavam-se, eram enterrados, entre outras coisas que nao consigo lembrar agora. Em uma das igrejas há o túmulo dos dois Ivan, do III e do IV (e a nossa guia de viagens fez questao de destacar o fato de que o Ivan IV se correspondia com a rainha-virgem Elizabeth I da Inglaterra). Mesmo quando a capital russa estava localizada em Sao Petersburgo, as cerimônias de coroacao dos czares continuaram acontecendo nas igrejas do Kremlin.
As pinturas das paredes dessas igrejas sao simplesmente sensacionais. Imagens da vida de Cristo sao constantemente retradadas, e também há muitas pinturas sobre a volta de Cristo, santos russos e blá blá blá. Muito interessante.
Durante o passeio do Kremlin fiquei de novo com raiva do Stalin. A arquitetura do lugar é toda bonitona e toda meio que seguindo um estilo parecido. Daí, no meio de tudo aquilo, tu vês um prédio em estilo soviético, daqueles no formato paralelepípedo, cinza e feioso. Já deu para sacar, né? Mais uma maravilha arquitetônica colocada por Stalin no meio de Moscou. É um prédio onde, hoje em dia, há espetáculos artísticos, pecas de teatro, música e tudo o mais. Nao sei bem para que o prédio servia na época do comunismo, mas realmente detestei, achei que nao tinha absolutamente nada a ver com o Kremlin em si. Falando em comunismo, uma coisa que me chamou a atencao foi o fato de todas as torres que cercam o Kremlin terem, em seu topo, uma estrela vermelha. Sao as chamadas estrelas do Kremlin. De acordo com a Wikipedia, elas foram colocadas durante o regime comunistas em substituicao a antigas águias que ficavam ali, representando a Rússia Imperial. Apesar de ser mais um resquício comunista na paisagem moscovita, eu achei sensacional essa história das estrelas, porque é meio que uma representacao de tudo o que a Revolucao Russa representou, com a queda da monarquia e a ascensao do povo e tudo o mais...
Enfim, uma última coisa sobre o Kremlin que me chamou a atencao foi a presenca de um sino gigantesco na frente de uma das igrejas do lugar. De acordo com nossa guia, o sino tinha sido o maior do mundo sei lá em qual época, e quando alguém (sei lá quem) tentou colocá-lo na torre de uma igreja (ou algo assim), o treco caiu. Hoje em dia ele está no chao, com uma mega fenda em um dos lados. Mas é um sino muito bonito, todo trabalhado e tudo o mais.
Mas entao, terminamos nosso passeio pelo Kremlin depois de duas congelantes horas. Daí estávamos livres para fazer o que quiséssemos. Estávamos morrendo de fome, entao decidimos parar para almocar. E onde fomos? McDonalds, é claro. O McDonalds parece ser muito popular entre os russos. De acordo com o que li (e nao sei se já escrevi aqui isso), o primeiro McDonalds russo foi aberto em 1990 e, no início, as filas chegavam a 5 km de extensao. Uma loucura, portanto.
Depois do almoco decidimos ir dar uma passeada... Fomos para a parte da trás da Praca Vermelha, onde há uma pequena feira de artesanato (nada comparada àquela em que fomos em Sao Petersburgo) e onde fica também o teatro Bolshoi, símbolo da Rússia (está até na nota de 50 rublos, se nao me engano). Infelizmente, o teatro estava em reformas, daí nao pudemos nem entrar nem assistir nenhum espetáculo. Continuamos caminhando pelas redondezas, onde vimos hotéis que pareciam caríssimos, lojas também caríssimas e, depois de um tempo, decidimos voltar, para ir até o outro lado da Praca Vermelha, onde ficava a Catedral de Cristo, o Salvador. Essa igreja é a igreja ortodoxa mais alta do mundo e sua história foi algo que me deixou muito impressionada. A igreja foi construída depois de Napoleao ter sido mandado embora de Moscou por decreto do czar Alexandre I, para honrar todo o povo russo que teve sua vida sacrificada para a defesa do país. Durante a época stalinista, a igreja foi simplesmente demolida. Sim, demolida! É possível acreditar nisso? E tudo por que? Porque o Stalin queria construir um monumento ao socialismo no exato lugar a igreja. É por isso que às vezes o comunismo russo me dá uma certa raiva. Espero nao estar sendo engolida pelo pensamento europeu capitalista, mas essas história me deixaram muito impressionada com a capacidade de destruicao cultural da época stalinista.
Enfim, nao pudemos entrar na catedral, e eu até agora nao entendi bem o motivo. Chegando lá, tinha um monte de gente, provavelmente em funcao da Páscoa. Muitos policiais também. Perguntamos para eles se podíamos entrar e eles foram bastante enfáticos em seu "nao". Entao simplesmente desistimos. Fomos voltando a pé, atravessando as ruas por baixo (porque é simplesmente impossível atravesá-las por cima: o tráfego é muito intenso, os motoristas nao param para ti e, na maior parte dos lugares, tu nao vês quase nenhuma faixa de seguranca), vendo estátuas legais (como a do Dostoiévski) e aproveitando um solzinho que comecou a fazer na parte final do dia.
Tínhamos que estar no ônibus relativamente cedo, entao voltamos tranquilas, atravessamos de novo a Praca Vermelha, entramos numa loja de departamentos (que na verdade é mais um shopping do que qualquer outra coisa, porque lá dentro há uma série de lojas famosas, e todas caríssimas, é claro), demos um tempo, tiramos fotos e, por fim, nos encaminhamos ao ônibus. Saímos de Moscou com o sol já se pondo. A cidade fica muito bonita ao anoitecer. Acho que isso acontece com qualquer cidade, na verdade.
Entao, para finalizar: minha impressao de Moscou é simplesmente a de que foi uma das cidades mais sensacionais que já conheci. Gigantesca, repleta de cultura e história, com muito o que fazer e ver e, acima de tudo, sendo uma legítima metrópole, uma cidade que nao para. Vale muito a pena ir para lá. É uma experiência difernete e se pode aprender muito. Fiquei triste por nao ter podido ter passado mais tempo por lá. Quem sabe um dia eu volto, né?
Logo logo vem o último post sobre a Rússia, prometo!